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28 de out. de 2014

Borboleta Blues

             "Mas nesse dia em questão eu simplesmente escrevi e nem dei um título ao texto e guardei, eis que mexendo com alguns papéis essa semana eu encontrei o texto novamente e ao reler, vi que essa borboleta agora me lembrava alguém,  ela me lembrou você. Portanto acrescentei um final especial, dei ao texto finalmente um título e estou lhe enviando, agora ele pertence a você! Espero que goste, como disse perdoe alguma falha, pois escrevo por paixão, mas sem técnica. Se cuide guria, muita luz pra você! Continue tocando as pessoas e transmitindo coisas boas através de suas fotos, através de sua essência, através do seu eu. Beijos"


Borboleta Blues
  

Sabe aquele raro momento que você descobre algo que muda sua vida para sempre? Foi exatamente essa a sensação que tive quando encontrei aquele pequenino ser, tão natural e delicado entre as folhagens.  Em meio a uma imensidão verde ela se destacava, justamente por ser diferente, era impossível não notá-la, não se encantar, ela era tão livre, tão graciosa, tão leve. Quando a avistei por um segundo paralisei, ela parecia um sonho, mas não qualquer sonho, um sonho incomum, um sonho mágico. A princípio estava tímida como se não soubesse do próprio brilho, mas com o sopro do vento ela começou a voar, e ao se movimentar veio à surpresa, um espetáculo, na verdade era uma espécie de dança, ela dançava de um lado para outro, aquilo era algo muito peculiar, diferente de qualquer outra coisa que eu já tenha visto. Com o tempo ela ganhava mais e mais confiança em si mesma e parecia enfim entender qual era sua verdadeira missão, seus movimentos eram suaves e ao mesmo tempo tão fortes e marcantes, ela parecia um maestro regendo uma sinfonia, era como se escreve no ar partituras de uma canção. Se eu pudesse arriscar um palpite eu diria que a primeira canção que ela dançava era: Across The Universe - The Beatles
Sounds of laughter, shades of love are ringing through
My opened ears
Inciting and inviting me
Limitless undying love
Which shines around me like a million suns
And calls me on and on across the universe
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world.

É dificil explicar, mas foi como se num passe de mágica ela descobrisse que não pertencia a um lugar, porque na verdade ela pertencia a todos, como ficar presa a um espaço quando se é livre para descobrir todo um universo? E ela era livre! E possuindo toda essa liberdade ela começou um movimento diferente, escrever uma nova partitura, e um novo som surgia, como um passe de mágica.  Agora, a escolha da vez foi: No Such Thing - John Mayer
I'd like to think the best of me 
is still hiding up my sleeve 
they love to tell you "stay inside the lines"
but something's better on the other side

Ela era viva e vibrante, dona de uma beleza rara, um ser fantástico com a capaciadade de te supreender a cada movimento, ela era definitivamente um presente de uma “força maior”, um presente da natureza, ela fazia parte do verde da floresta, das águas, do vento, da terra ela fazia parte da luz, na verdade ela transmitia luz.
De repente os movimentos já eram outros, e a canção que surgiu foi: Stairway To Heaven – Led Zeppelin
And as we wind on down the road 
Our shadows taller than our souls
There walks a lady we all know
Who shines white light and wants to show
How everything still turns to gold
And if you listen very hard
The tune will come to you at last
When all are onde and one is all, yeah

Quando eu acreditava já ter visto tudo ela mudava de cor, alterava os movimentos no ar e começava uma nova criação, uma nova dança, e uma nova canção instintivamente surgia, ela realmente era um ser surpreendente.
A música da vez foi: Feeling Good – Nina Simone, era como se dissesse: 
Stars when you shine you know how I feel 
Scent of the pine you know how I feel 
Oh freedom is mine 
And I know how I feel 
It's a new dawn 
It's a new day 
It's a new life for me
And I'm feeling good

E com essa canção a Borboleta partiu, ela possuía tantas cores, tantas formas, tantas melodias, era impossível defini-la, pois ela estava em constante transformação. Essa sábia borboleta me tocou e me inspirou profundamente. Mostou-me que para deixar uma marca nesse mundo você não precisa de tempo, você precisa seguir a verdade que carrega no coração, me ensinou que não devemos nos esconder por sermos diferentes, já que são justamente as diferenças que nos tornam especiais, únicos, que somos livres para voar para qualquer lugar, pois o universo nos pertence. Ensinou-me que antes de ser borboleta é preciso aprender a ser ovo, lagarta e pupa, que a metamorfose, ou seja, as mudanças nem sempre são fáceis, mas são importantes para a evolução. Mostrou-me que “a busca é sempre interminável”.
Pode passar o tempo que for nunca me esquecerei daquela Borboleta e seus ensinamentos, serei eternamente grata por ela ter tocado meu coração com tamanha delicadeza.
Era uma vez uma incrível Borboleta, que conheci em uma manhã ensolarada de sexta-feira:
Ela era mágica;
 Linda;
Livre;
Rara;
Ela era uma eterna canção:
Era Rock;
Era Jazz;
Ela era Blues.


Gratidão pelo texto lindo Jaqueline Dionisio.